quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

2009/2010


Caros amigos (que sabem quem são) e leitores amigos amados de outra forma,
A passagem de ano pouco me diz; afinal é mais uma noite em que se passa para um novo dia e/ou mais uma noite de borga! Por força da tradição ou até porque nós mesmos gostamos de encarar como o início de um novo ano composto por 12 meses, é a partir do dia 1 que "vou começar tudo de novo, vou pôr em prática x, y e z". Por experiência própria, NÃO RESULTA!!!:)

O que resulta mesmo é a continuação e o progresso de lutarmos e tentarmos incorporar nas nossas pessoas e vidas o que queremos e cremos ser o melhor. É uma luta diária e que por vezes sentimos que deveria ser facilitada, pelo menos, um pouco menos árdua. Com os mesmos objectivos, alguns têm mais dificuldades em os obter, quer seja pelo cerne das suas personalidades quer por condições alheias.
O importante é sermos nós próprios, fiéis àquilo em que acreditamos. E isto estende-se a inúmeros campos. Por minha vontade falava dos meus votos pessoais para o futuro e para os que me são mais queridos mas querida blogosfera, esses terei que guardar para mim e partilhar meticulosamente.
Em suma, desejo o mais sinceramente possível para mim e para os que merecem e lutam por isso, que alcancem o que desejam e, acima de tudo, que isso se assuma pela possibilidade de dizer "Sou Feliz!"
E por aqui me fico, no término deste texto que por vontade própria poderia prolongar-se ao tamanho de uma tese e, no término de mais um ano.
Apartando por completo os propósitos lectivos do blog, agarrem as oportunidades (figurativa e não literalmente, sim?!:)) e sejam muito, muito felizes. Tudo do melhor em quantidades desmesuradas.
Um beijinho grande, enorme, e até para o ano!
E agora vou desligar-me do meu amigo computador que, estranhamente, nos dias em que não posso permanecer junto dele é quando me sinto mais inspirada e racionalmente mais apta a realizar os trabalhos para a faculdade... É mesmo verdade mas por que será?!:):) Mas nem sempre, mal seria se o fosse...



Fotografias de Carolina Quirino

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Simpatia








Simpatia - é o sentimento
Que nasce num só momento,
Sincero, no coração;
São dois olhares acesos
Bem juntos, unidos, presos
Numa mágica atracção.


Simpatia - são dois galhos
Banhados de bons orvalhos
Nas mangueiras do jardim;
Bem longe às vezes nascidos,
Mas que se juntam crescidos
E que se abraçam por fim.

São duas almas bem gêmeas
Que riem no mesmo riso,
Que choram nos mesmos ais;
São vozes de dois amantes,
Duas liras semelhantes,
Ou dois poemas iguais.

Simpatia - meu anjinho,
É o canto do passarinho,
É o doce aroma da flor;
São nuvens dum céu d'Agosto,
É o que m'inspira teu rosto...
- Simpatia - é - quase amor!

Casimiro de Abreu


Indaiaçu - 1857.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Rede


de ideias, compromissos, amizades, virtual, lugares, pesca, informações, estudantes, educação, emissores, oferta, computadores, infraestruturas, apoio, viação, recursos, comunidades, observação, bibliotecas, investigação, sensores, tecnologia, pesquisa,...

Fotografia de Carolina Quirino

Cronofotografia contemporânea

Muito depois de Muybridge...













Fonte: Google Images 

Realismo contemporâneo-trompe l'oeil


Renato Meziat, Tomatoes and Plastic Bag, 2009, óleo sobre tela, 60 x 80cm.

Renato Meziat cria trabalhos em óleo sobre tela recorrendo à técnica do trompe-l'oeil.
Recorde-se que trompe-l'oeil é um recurso técnico-artístico empregado com a finalidade de criar uma ilusão de óptica, como indica o sentido francês da expressão: tromper, "enganar", l'oeil, "o olho". Seja pelo emprego de detalhes realistas, seja pelo uso da perspectiva e/ou do claro-escuro, a imagem representada com o auxílio do trompe l'oeil cria no observador a ilusão de que está diante de um objecto real em três dimensões e não de uma representação bidimensional. O objectivo da ténica é, portanto, alterar a percepção de quem vê a obra.



Afinal...

eu só queria sentir-me assim por uns momentos...

nas nuvens!

Dias que voam e atitudes imperdoáveis




Não gosto nada da corrente de dias seguidos em que faço um turbilhão de coisas, chegando ao fim do dia com a sensação ou certeza da rentabilidade ter sido mínima para as necessidades prementes.
Mais ainda, quando preciso de fazer um esforço tremendo para me lembrar em que dia estou e, pior, não me lembrar do dia exacto em que fiz determinada coisa—quando me parece que já estive com determinada pessoa ou fui a algum lado há dias, afinal...foi ontem! Sinónimo de cansaço? Muito. 


E quando a tudo isto se juntam pessoas com uma imensa falta de carácter e educação que insistem em discutir e gritar até altas horas da noite e recomeçar por volta das 6h é, por vezes, perfeitamente insuportável! Percebo que viver em prédios tem qualidades e desvantagens mas continuo sem entender quando são os pais a dar o mau exemplo e que crianças de 5 anos tenham exactamente os mesmos comportamentos. 
Sinceramente, fico equivocada do que me incomoda mais: as vizinhas que se mantinham 16h por dia à janela a controlar o que fazia e a distribuir opiniões pejorativas sobre actos que nunca viram ou existiram na bela aldeia em que vivia ou este frenezim ridículo em que os pais são tão educados quanto os filhos, têm uma linguagem corrente imprópria, discussões que se ouvem em todos os andares e putos que mandam os pais para os sítios mais ousados quando nem sequer sabem o significado dessas palavras. Irritada? Muitíssimo. Eu só queria mesmo um pouco de sossego para conseguir concentrar-me e fazer os meus trabalhos...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

O meu Natal


“Apesar de ser um título assaz revoltado e extremista, é o que acontece: o Natal nos últimos anos está morto. E isso há já uns 5, 10 anos que está nesta decadência, desenfreada rumo à capitalização e marketização, deste dia 25 de Dezembro. O real significado do Natal está cada vez mais a desaparecer.”

Concordo plenamente. É por isso que, para mim, o Natal não deixa de ser um dia com um extremo significado mas por razões muito distintas do consumismo, dezenas de sacos nas mãos e luzes que me passam tão despercebidas quanto a iluminação de rua comum ao resto do ano.
De ano para ano, o que faz dele um dia especial são aspectos cada vez mais específicos: a presença da família (a de valor), o sabor diferente do bacalhau e das couves, a garrafinha especial de 1,5l de França recebida no ano anterior, as brincadeiras e risos que, inevitavelmente, quase sempre acabam em choradeiras saudáveis, as conversas disparatadas entrelaçadas entre desabafos há muito por dizer e brincadeirinhas de amor, as velas acesas dispersas pela sala, a lareira acesa, as músicas estranhas q.b. que a minha irmã insiste em colocar como pano de fundo, e ter um verdadeiro “pai” Natal que comemora o aniversário a dia 25. E claro, os momentos em que todos olhamos uns para os outros e percebemos que, por muitas diferenças que tenhamos como pessoas e desavenças ocorridas durante 12 meses perfeitamente evitáveis, somos uma família repleta de amor, em que todos estão presentes quando um precisa. Isto sim, é o meu Natal….


fontes citação e imagem: Internet

Imagens Publicidade



Publicidade—anúncio Adidas



Google Image Result for http://4.bp.blogspot.com/_

Little fingers


terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Sabotage—video art


Sabotage—video art 

εἴδωλον

AESF 2.bmp
Do grego antigo εἴδωλον, Ídolo significa um objecto de adoração espiritual ou divina. Porém, a idolatria como prática de adoração de ídolos expandiu-se da esfera do divino para a esfera humana com a progressão e desenvolvimentos ocorridos ao longo de todo o século XX, nomeadamente, com os avanços tecnológicos que permitem o fácil acesso a trabalhos e pessoas de várias áreas.
Na contemporaneidade, assistimos, então, a um proclamar de pessoas como sendo "Ídolos" muito diferente do sentido etimológico do termo, como evidenciam as seguintes imagens:


michael
gentry style lia rumma

Museu Imaginário, Virtual e Portátil

O Museu Imaginário
Na introdução d' O Museu Imaginário, André Malraux escreveu: “O papel do museu na nossa relação com as obras de arte é tão considerável que temos dificuldade em pensar que ele não existe, nunca existiu, onde a civilização da Europa moderna é ou foi ignorada; e que existe entre nós há menos de dois séculos. O século XIX viveu dos museus; ainda vivemos deles, e esquecemos que impuseram ao espectador uma relação totalmente nova com a obra de arte”.
Este livro de André Malraux debruça-se sobre as questões  das relações com a obra de arte, o conhecimento desta e a reprodutibilidade técnica.
Na contemporaneidade, enquadra-se perfeitamente na massividade de imagens existentes que podem ser declaradas como arte ou não e que emergem num museu virtual (Internet). Consequentemente, o alucinante poder de questões que isso por si só levanta, bem como a possibilidade de existência de um museu portátil quando cada um de nós pode facilmente aceder a este conceito de museu virtual através do nosso próprio computador.


Fotografia d' O Museu imaginário, andré Malraux, Edições 70

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Narciso



                                    Dentro de mim me quis eu ver. Tremia,
                                    Dobrado em dois sobre o meu próprio poço...
                                    Ah, que terrível face e que arcabouço
                                    Este meu corpo lânguido escondia!


                                    Ó boca tumular, cerrada e fria,
                                    Cujo silêncio esfíngico bem ouço!
                                    Ó lindos olhos sôfregos, de moço,
                                    Numa fronte a suar melancolia:


                                    Assim me desejei nestas imagens.
                                    Meus poemas requintados e selvagens,
                                    O meu Desejo os sulca de vermelho:


                                    Que eu vivo à espera dessa noite estranha,
                                    Noite de amor em que me goze e tenha,
                                    ...Lá no fundo do poço em que me espelho!


                                   José Régio



Imagem d' O Mito de Narciso, Caravaggio

Navegação à Deriva


Quem navega à deriva
Sabe que há vida além dos mares no mapa
Além das bússolas, astrolábios, diários de bordo
Além das lendas de monstros marinhos, dos mitos


Quem navega à deriva
Acredita que há mares miragens, portos
Inesperados, ilhas flutuantes, botes e salva-vidas
àgua potável, aves voando sobre a terra, vertigem


Quem navega à deriva
Aprende que há mares dentro do mar à vista
Profundidade secreta, origem do mundo, poesia
Escrita cifrada à espera de quem lhe dê sentido


Quem navega à deriva
Se perde na costa, do farol na torre, dos olhares atentos,
Dos radares, das cartas de navegação
Imigra para mares de imprevista dicção


Marcus Vinicius

MUSE...únicos



Ontem fui assistir a um concerto que será, sem dúvida, um dos mais memoráveis que terei.
Depois do grupo de abertura, provavelmente o de maior qualidade que vi até hoje, Muse apareceram e deslumbraram.
Com uma apresentação cénica absolutamente incrível e três plataformas elevatórias, do preto surgiram dois paralelepípedos até ao topo do Pavilhão Atlântico com a projecção de seres brancos a subirem escadas, repetidamente. Cerca de um minuto depois, caem os panos e surgem os três elementos da banda que a meia altura do Pavilhão arrebataram por completo a multidão.  
Impossível, apesar de ser uma das minhas bandas de eleição, a par com Live e Dave Matthews, não se ser completamente absorvido pela garra, energia, calor e qualidade da música de Muse. Uma noite em que o meu corpo se deixou apoderar de todos estes aspectos e reagir involuntariamente ao ritmo dos sons da guitarra, da bateria e da voz absurdamente magnífica de Matthew Bellamy.
Inesquecível...








Fotografias de Carolina Quirino

Exposição "Antimonumentos"


Ontem à noite fui à inauguração de uma exposição de homenagem a Virgílio Domingues—"Antimonumentos", um dos maiores nomes da escultura em Portugal, na Galeria Municipal Artur Bual, Amadora.
As peças têm, indubitavelmente, formas únicas que nos fazem rodeá-las e apreciar o pormenor e subtileza com que foram criadas. Com temas por vezes bem explícitos e outros que nos fazem olhar mais atentamente para os decifrar, existe um imaginário muito peculiar, inteligente, inovador e verdadeiramente artístico que transpõe para cada uma das esculturas. Com um percurso e currículo muito ricos, denuncia um evidente traço de originalidade.
Depois de vista a exposição, seguiram-se a intervenção da sua obra por Rui-Mário Gonçalves e Manuel Augusto Araújo, um café-concerto com "Uma Noite de Jazz Clássico" com o Quarteto Vitaminas e o declamar de poemas Pós-Revolução e poemas acompanhados ao som da guitarra.
Relevo, ainda, o enorme prazer que tive em conhecer o escultor Eduardo Nascimento e o músico Carlos Sanches que traduzem, exactamente, o que tenho como aquelas pessoas que se conhecem e desde logo aprendemos bastante, pelas suas qualidades enquanto seres humanos e artistas. E, claro, rever o meu amigo pintor João Silva.
Finda uma noite tão compensadora, recomendo sinceramente uma visita ao espaço.




sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Inauguração Festival Musidanças


Ontem iniciou o Festival Musidanças—Festival de Artes do Mundo Lusófono, do qual já falei no meu blog, na sala de espectáculos do Tambor Que Fala , sede dos Toca a Rufar.

Presente estava o painel alusivo ao tema Multiculturalidade, realizado a três por mim, pelo pintor João Silva e pelo músico Firmino Pascoal, acompanhado de uma noite de música com os Sons da Gente e uma parede composta por centenas de tambores provenientes de várias partes do mundo.
Pela 9ª vez, o Festival criado e organizado por Firmino Pascoal, dá a conhecer as artes lusófonas dispersas por todo o mundo.
Para saberem mais, cliquem aqui .




domingo, 22 de novembro de 2009

Infância, crianças e Internet: desafios na era digital


A 23 e 24 Novembro, decorrerá uma Conferência Internacional na Fundação Calouste Gulbenkian, às 10h, no Auditório 2.
Tal como o próprio título deixa antever, debruça-se sobre a Cibercultura e as questões do quão disponíveis estão todas as novas tecnologias para as crianças, na escola e em casa, discutindo os prós e contras que daí advêm.
A sessão de abertura será com a Ministra da Educação, e conta com a participação de especialistas nacionais e estrangeiros.
A conferência também poderá ser acompanhada directamente online, numa concepção contemporânea de museu virtual.
Para informações mais detalhadas, "googlem" o nome da Fundação e acedam aos eventos.

Fotografia da FCG

sábado, 21 de novembro de 2009

Uma a uma…


De aspecto milimétrico, caem paralelas ou enviesadas, engrossam, retornam a seres mais pequenos, desvanecem-se. Páram um pouco para pensar, voltam a unir-se numa condensação volumosa e gaseificada e tornam a cair. São bonitas e simpáticas.
Hoje, como em muitos dias, foram amigas que não se separaram de mim nem por um minuto. Numa conversa mais ou menos amena entre si, colocaram-se do lado de fora enquanto eu, inspirada pelo seu agradável burburinho, pintava e divagava no meu mundo interior.
Inoportunas quando temos que partilhar o mesmo espaço sem o querer, são a melhor companhia quando se quer trabalhar confortavelmente em casa, pensar, reflectir, percorrer mundos reais e imaginários; oportunas, também, quando nos colocamos debaixo delas e levamos com a sua frieza na cara, de braços abertos a rodopiar com a sensação de leveza física e de espírito.
Sempre me lembro de gostar delas. Desde criança, em que os Invernos ainda eram de quase seis meses e via, em bicos de pés, pela janela da sala, um céu cinzento muito escuro e temeroso. Por vezes acompanhadas de raios e trovoadas, estavam lá, bem perto de mim e dos meus hábitos, e deixavam o seu rasto quando depois de pararem proporcionavam o cheiro maravilhoso a terra molhada.
Agora, de chávena com chá quente entre as mãos, pensei no que iria escrever e lembrei-me que, embora actualmente ousem aparecer sem anúncio e vislumbre prévios, sempre foram boas colegas e das melhores amigas que alguma vez tive.
Obrigada, gotas da chuva.


Fotografia de Carolina Quirino


sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Feira de Arte Contemporânea



                                                                    














Fui ontem visitar a Feira de Arte de Contemporânea.
Inicio por dizer que fiquei deslumbrada pela técnica e conceito de alguns pintores portugueses. A estes, os meus Parabéns enquanto artistas e representantes do que se faz em Arte em Portugal.
Todavia, algumas críticas negativas, mais do que gostaria:
1º—com excelentes artistas que actualmente estão a emergir no panorama português, não lhes deveria ser dada uma maior ênfase?;
2º—apesar de ser uma feira, continuo sem perceber a organização labiríntica que, mesmo percorrendo os corredores um a um, enquanto entro nos stands à esquerda e à direita acabo sempre por ter que voltar atrás porque entretanto percebo, ou por outra!, não percebo, como ficaram muitos trabalhos por ver;
3º—nunca é demais rever os nomes incontornáveis dos pintores portugueses do século XX mas será suposto estarem presentes em tanta quantidade numa feira que é anual e deveria mostrar o que se faz de novo na Arte?! (até porque que há galerias com vários dos seus trabalhos e retrospectivas anuais dos autores...)
4º—não deixei de ouvir várias vezes "Até eu fazia isto!" ou "Algum dia eu pagaria este valor por estes pedaços de papel?" Entre muita ignorância e completo alheamento da concepção de Arte, estes comentários no âmbito d'"O que é Arte hoje?" talvez até nos façam debruçar sobre algumas questões...
5º—se antes via na questão do que é ou não Arte na actualidade o aspecto positivo de incitar os artistas a conceberem novas técnicas e conteúdos, produzindo trabalhos muito diversificados mas qualitativamente bons, ontem esse aspecto desvaneceu-se...
6º—todos os anos existem stands vazios de galerias estrangeiras. Obviamente que não se esqueceram da data! mas a organização deveria solucionar os espaços vazios com opções dentro do contexto.
Terminadas as críticas negativas, não posso deixar de fazer jus a alguns dos excelentes trabalhos exibidos, portugueses e estrangeiros. Alguns, realmente magníficos e que da memória não me saem. 
Não ouso enunciar nomes, por razões óbvias mas aconselho vivamente uma ida à exposição. Também porque não deixo de ter orgulho que Portugal tenha a sua própria Feira de Arte Contemporânea.




terça-feira, 17 de novembro de 2009

Inocular e Pintar


Em visita de estudo, fomos hoje ao ITQB conhecer o trabalho artístico de Patrícia de Noronha.
Investigadora científica e doutorada em Biologia Molecular, trabalha agora no mesmo local, num projecto de fusão entre Arte e Ciência ("Diferentes olhares sobre os objectos científicos").
Pelo prazer da experimentação e descoberta, e com os seus conhecimentos de Biologia, trabalha numa câmara de fluxo laminar em condições de assépsia, contaminando micro-organismos. 
Utilizando suportes não habitualmente direccionados para a prática artística, como placas de petri ou de acrílico, ansas, micropipetas, resina de poliéster e tintas previamente seleccionadas para determinados efeitos, produz "bio-pinturas". Numa experimentação massiva, testa as capacidades de cooperação ou contaminação dos micro-organismos, o tempo de secagem, a sobreposição ou não de camadas, segundo ideias antecipadamente delineadas.
Todo o processo e resultado final é fotografado digitalmente.
Na minha opinião, os resultados de géis de proteínas imobilizados em resina nas placas de petri são imageticamente bastante interessantes e alguns até mesmo dotados de uma extrema beleza. Porém, quando utiliza como suporte papel de aguarela, os resultados afiguram-se-me pouco interessantes.
Independentemente dos objectos finais, segundo a autora, o processo experimental é o mais importante, numa adequação entre prática científica e prática artística.


Fotografia de Alexandra Ceregeiro

O (im)perfeito de ontem, HOJE e AMANHÃ...



A vida perfeita não existe. Porque o perfeito é subjectivo e porque se o houvesse não gostaríamos por nada haver a desafiar.

Reparo, cada vez mais, que a vida é feita de pequenos momentos e devemos usufruí-la como se de um ovo de Fabergé se tratasse, com muito cuidado e muita dedicação.
A minha máxima de vida é uma só [omitida neste blog enquanto o mesmo se direccione para esta disciplina Cem/Sem Palavras (apropriando-me da citação de uma colega)] mas, diariamente, consciencializo-me que são as pequenas coisas e situações peculiares que me preenchem e fazem feliz.
Estar com amigos que há muito não via, ver os que gosto estarem bem, almoços e jantares inesperados e que inesperadamente se prolongam mais que o suposto mas que em tudo compensam, hábitos que se repetem entre amigos e família, ver um bébé lindo na rua, sorrir a quem não conheco, oferecer algo sem ser uma ocasião especial, rir às gargalhadas e chorar desalmadamente quando me apetece,...
Isto sim, é parte do meu Eu e parte do que me faz sentir uma pessoa feliz...alheia, tanto quanto possível, às tentativas em redor de provocação do oposto.

Fotografia de Carolina Quirino

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Arte contemporânea. Será?

A produção artística de qualquer autor, independentemente da área em que se insira é, indubitavelmente, um espelho do seu ser interior. 
A meu ver, na área específica da Pintura, a questão do que é ou não Arte, questão que se prolongará por muito tempo, deverá ter como uma das premissas de legitimação a qualidade conceptual e ténica de transposição desse mundo tão pessoal para o exterior. 
Apesar do próprio artista poder alegar determinadas bases conceptuais já admitidas ou possua uma qualidade estética aprazível no intuito de ser aceite, cabe-nos a nós, enquanto observadores (apartando a minha profissão de pintora neste momento), saber destrinçar o que é uma linguagem pura e uníssona entre artista e a sua obra ou uma mera reprodução de conceitos, ideologias e elementos já existentes,  totalmente desprovidos de um carácter original.
Por consequência de (in)correctos juízos de valor face às produções contemporâneas, premissas de análise crítica já instituídas a par com outras bastante dúbias, deparamo-nos cada vez mais com uma produção massiva de trabalhos, artísticos ou não...




          

       VS
                           


"João Fernandes, director do MACS, (...) considera que, na maior parte dos casos, estas intervenções, que muitas vezes se limitam a "um conjunto de calhaus ao alto", são "de muito duvidosa qualidade", pelo que mais valia que a decoração daqueles espaços tivesse sido deixada aos cuidados dos jardineiros municipais."
                

Fotografia de Nathan de Oliveira

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O dia hoje acordou assim...







Fotografia de Carolina Quirino

sexta-feira 13


Deitar a horas indecentes durante a semana tem destas coisas... Reparei que hoje é sexta-feira 13!
Para os supersticiosos, imitem o que fariam numa normal sexta-feira; aos aventureiros, desafiem as próprias situações porque azares, pragas, bruxas e torturas já são parte de muitos dos restantes dias...
E não se assustem se virem um gatinho preto ou tiverem que passar debaixo de escadas impostas nos passeios em frente aos inúmeros prédios em recuperação por toda a Lisboa...



Fotogs.de http://images.google.pt/images?hl=pt-PT&um=1&q=imagens+sexta-feira+13&sa=N&start=40&ndsp=20

www.gritarsempoder.com


Quantas vezes nos apetece gritar ao mundo o que sentimos?!
As senhoras no metro que enfiam o tacão nos nossos pés, os encontrões que nos dão na rua porque não lhes apetece afastar 1 mm, passarem à frente na fila de supermercado, não nos responderem quando dizemos "Bom Dia", pedirmos se há o tamanho maior à empregada da loja e ela virar-nos costas, ocuparem o lugar de estacionamento quando estamos com os 4 piscas ligados há 15 min., segurarmos a porta para alguém entrar e nem sequer nos agradecer, levarmos com os bicos dos chapéus-de-chuva na cara,... 
Dá vontade de berrar bem alto, não dá? Mas não vale a pena... Há pessoas que não mudam e nós devemos reagir de acordo com a nossa educação. Mas garanto, que nos raríssimos dias em que me apanham de péssimo humor, respondo à letra. E foi por isso, que hoje fui de encontro e ia arrancando o braço a uma senhora que estava num passeio à conversa com a dona de uma loja... :)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Um alfaiate...muito contemporâneo


O Alfaiate Lisboeta é o nome do blog de um fotógrafo português. 
Com visão perspicaz, capta imagens únicas de pessoas que, mesmo a olhares atentos como o meu, facilmente nos cruzamos sem dar conta.
Citando o autor, "as boas ideias não se têm apenas mas também se aproveitam", o facto é que de uma ideia já existente criou uma perspectiva muito própria e de muita qualidade!


Fotografia retirada do blog do artista